O frasquinho de doce - parte 2
- Dina Louro
- 29 de set. de 2017
- 1 min de leitura

Tudo mudou para o pequeno frasquinho de doce… os raios de sol deixaram de o atravessar, deixou de despertar a curiosidade dos que passavam, deixou de sentir o calor e o aroma que se formava dentro dele… tornou-se um vulgar frasquinho de doce que foi ficando coberto de pó escuro… A tristeza e a sensação de vazio foram-se instalando no pequeno frasquinho de doce até que…
Passadas algumas estações, uma pessoa, um adulto passou apressado e, de repente, estacou à frente do parapeito da janela… fixou o seu olhar naquela coisa coberta de pó… pegou nela com ternura… com saudade e com determinação. O coração começou a bater apressadamente e, com cuidado, começou a limpar o frasquinho. Deparou-se então com o papel cheio de letras e cores muito bem estudadas. Decidiu retirar o papel. Ficou maravilhado! As lágrimas soltaram-se alegres e pulavam pelo rosto deste homem… os olhos brilhavam… e os olhos da criança olharam para a tampa… devagar rodou a tampa e retirou um pouco daquele tesouro que se tinha conservado tão oculto por tantos anos… Fechando os olhos, sentiu o calor do sol a irradiar por todo o seu corpo, pela sua alma e, feliz, voltou a colocar o frasquinho de doce no parapeito da janela. Limpou cuidadosamente os restos de papel e pó e deixou-o ao sol suave.
O frasquinho de doce, agora livre, voltou a ser feliz, a mostrar todo o seu esplendor, alegria e luz…
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